Autor: Philippe Alencar
Páginas: 560
Editora: Arwen
A resenha de hoje é muito especial! O Philippe é parceiro do blog e eu já tinha postado minhas Primeiras Impressões do livro dele no mês passado. Fiquei muito animada com o privilégio de ler e resenhar um livro que entrou em pré-venda essa semana e saber a história toda antes de todo mundo!
Só fiquei chateada porque, por estar no final do período na faculdade, as provas e trabalhos não deram trégua para que eu me dedicasse à leitura, o que fez com que eu demorasse muuuito para terminar e não deixaram eu me envolver completamente com a história. Mesmo assim, amei o livro!
"— O medo que as pessoas sentem sobre o que os outros pensam delas pode acabar se tornando uma escura prisão. Homens e mulheres que vivem nos sonhos daquilo que poderiam fazer, mas nunca fazem coisa alguma. Têm medo demais. Não vivem — o xamã esperou um instante, dando tempo suficiente para o bardo refletir sobre aquilo. — Pouco importa se eu lhe tomo por tolo ou não. Nunca deixe de fazer algo pelo julgamento de um ou de outro."
O continente de Arkandur é formado por três reinos: Tenemus, Dragoria e Asakura. A magia é algo comum para o povo de lá, pois sempre existiram magos entre os humanos, que eram admirados e alguns até mesmo aconselhavam os reis. Até que começam a acontecer rituais necromânticos e a população culpa a todos, já que ninguém consegue encontrar o responsável. Dessa forma, a magia passa a ser proibida e os magos são caçados e mortos. Pouquíssimos conseguem sobreviver aos espectros macabros que os perseguem e aos caçadores em busca de recompensas por suas cabeças.
"— Viver não é somente comer, sentir, respirar — retomou o xamã. — É olhar para a face da morte, saber que ela existe, mas que ainda não está na hora de abraçá-la. Pelo simples fato de que ainda há muito mais coisas para ver, emoções para sentir, comidas para comer...
— Sons para ouvir...
— Acho que você finalmente entendeu — respondeu o xamã, olhando fundo nos olhos do bardo. — Nossos espíritos não estão prontos até que tenham aprendido tudo o que devem aprender. Só então poderemos abraçar a morte e deixar nossos corpos. E pior do que um espírito ceifado antes da hora, é um espírito que ainda não encontrou a morte, mas mesmo assim já a aceitou."
Aldesfer, Irvin e Barton são três amigos que resistiram a todas as dificuldades. Aldesfer é um velho mago capaz de manipular o fogo. Ele conseguiu algumas informações que o levam a crer que há uma força muito poderosa por trás desses recentes acontecimentos de magia negra. Os três precisam encontrar a fonte do poder e destruí-la antes que seja tarde demais. Irvin, um druida que está sempre em harmonia com a natureza, já tem algumas ideias de por onde começar. Mas Barton, um bardo que já foi muito famoso tocando em grandes eventos e tabernas, está um tanto cético em relação a essa história toda.
"Quando se falava sobre a vida, os mais sábios humanos afirmavam que mais importante era o trajeto, não o destino final. Mas, se não houvesse um objetivo almejado, mesmo o trajeto tornar-se-ia insípido. E o único destino de tudo o que é vivo é a morte. Tire a finitude da humanidade, e ela perderá seu propósito."
O maior problema, para Barton, é que o embasamento desse plano está numa antiga religião, que já foi mais popular no continente. Ele não tem fé em deuses, salvadores ou senhores do inferno, então não acha plausível a hipótese que Aldesfer está levantando. Apesar disso, se dispõe a colaborar e, quem sabe assim, encontrar uma maneira de ajudar o mundo a ser como era antes da lei anti-magia.
"Cabe ao sábio, porém, assimilar as próprias falhas, compreendê-las, para poder agir diferentemente. Não é o conhecimento intrínseco que faz de alguém um sábio, mas sua capacidade de ser honesto para consigo mesmo; tornar este hábito em um método para evoluir, e assim cometer menos erros."
Assim, os amigos partem em uma aventura mais perigosa do que imaginavam, encontrando pessoas dispostas a ajudar e inimigos poderosíssimos, enquanto descobrem segredos tão antigos quanto os deuses, que envolvem histórias sobre guerras e demônios, revelando mistérios tão bem guardados em suas almas, que nem a memória é capaz de reconhecer.
"Erros sempre serão cometidos, mas a ampulheta não faz subir a areia que já caiu. Somos nós que a colocamos de ponta-cabeça, para que só então o grão possa cair de novo. O que está por vir sempre é porta nova e pode ser aberta com mais sabedoria do que a anterior.
Sempre."
Arte Oficial: Aldesfer e Irvin |
A narrativa é em terceira pessoa e é dividida entre os pontos de vista de cada personagem, então podemos conhecê-los melhor aos poucos e acompanhar suas aventuras até se reunirem. A escrita do autor é impecável e suas descrições são perfeitas. Ele conseguia retratar os acontecimentos e locais de tal forma que facilmente as imagens se formavam em minha mente.
"Se música não é magia, então não sei o que pode ser."
Arte Oficial: A batalha do pântano |
Diferente de como costuma acontecer com livros desse gênero, esse volume é único, e não uma série. Como amante de sagas, acho que seria ótimo se houvesse uma sequência, mas essa história e os personagens foram tão bem desenvolvidos que não fiquei decepcionada. Comecei a ler com altas expectativas e fico feliz em dizer que foram superadas!
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