Cheiro de livro novo: Anjo da Escuridão

Título: Anjo da Escuridão
Autores: Sidney Sheldon e Tilly Bagshawe
Páginas: 398
Editora: Record

Peguei esse livro emprestado com uma amiga. Isabela leu no início do ano (leia a resenha) e depois eu peguei, mas só resolvi ler agora. Por algum motivo misterioso, estava com vontade de ler uma história de investigação. A Isabela, que é a fã de mistério aqui do blog, gostou bastante do livro, mas confesso que já li outros melhores. Sei lá, acho que esperava mais. Mas, de um modo geral, a história é interessante e conseguiu me prender, então gostei.
"— Existem muitos assassinatos, Sr. Daley. Em todo o mundo, durante todo o dia. Nós, seres humanos, somos muito violentos."

Danny McGuire é um detetive da Divisão de Homicídios da polícia de Los Angeles. Ele foi designado para investigar o assassinato de Andrew Jakes, um rico e famoso negociador de artes, casado há pouco tempo com uma belíssima mulher, com idade para ser sua neta. O crime foi terrivelmente violento, Andrew teve o pescoço esfaqueado diversas vezes e sua jovem esposa foi espancada e estuprada até beirar a morte. Depois os corpos foram amarrados juntos e deixados em um mar de sangue.
"— Nada muda uma promessa. Quebrar uma promessa é errado. Errado e ponto."
Incrivelmente, a mulher, Angela Jakes, sobreviveu e pôde dar seu depoimento. Danny então se vê envolvido por ela e sente a necessidade de encontrar esse assassino de qualquer maneira, para fazê-lo pagar pelo que fez. Infelizmente esse caso torna-se a maior decepção da vida do detetive. Ele e sua equipe não conseguem encontrar nada que levem ao autor do crime e, em poucos meses, Angela doa toda a sua herança milionária e desaparece da face da Terra.
"— Coisas acontecem, Matt, coisas que não podemos controlar. Coisas ruins. Nenhum de nós controla nosso destino. Aprendi a duras penas que isso é apenas uma ilusão. Para que fazer lindos planos para depois vê-los desmoronar e se transformar em dor, morte e pó?"
Dez anos depois, Danny agora é casado e trabalha como agente da Interpol na França. Até que um dia é procurado por Matt Daley, que se diz filho de Andrew. Matt traz de volta o fantasma do passado que Danny gostaria de esquecer, com novas revelações: o assassino já fez mais duas vítimas em diferentes partes do mundo, ambos homens ricos muito mais velhos do que suas esposas. E depois, misteriosamente, as esposas, que foram espancadas e estupradas, doam seu dinheiro para a caridade e somem. Tudo indica que, sendo um assassino serial, em breve terá uma nova vítima.
"— As pessoas mudam, eu acho.
— Mudam, sim. Mas não podemos mudar o passado, e ninguém consegue fugir da justiça. Todos devemos reparar os nossos erros. Todos precisamos pagar um preço."
Intrigado e desesperado para solucionar aquele caso desastroso, ao surgir mais uma vítima Danny usa toda a influência da Interpol para fazer tudo o que está ao seu alcance a fim de resolver isso de uma vez por todas. Por sua vez, Matt, que tornou-se obcecado pelo caso, também se joga atrás de qualquer pista que possa aparecer, ajudando Danny. Finalmente as peças do quebra-cabeça começam a se juntar, mas talvez o resultado não seja como o ex-detetive gostaria que fosse.
"— Não tenho certeza se acredito 'na verdade'. Como se só houvesse uma. A verdade de cada um é diferente, não acha? (...)
— Discordo. Acho que a verdade é a verdade. As pessoas mentem para si mesmas, só isso. Elas veem o que querem ver."
O livro é muito bom, mas algumas coisas não me agradaram. Algo que me chamou a atenção é que nesse não tem aquele mistério sobre quem é o assassino. O autor não te conduz a ir investigando junto com o detetive, analisando as testemunhas e as provas que surgem. Desde o início somos apresentados ao criminoso e em alguns momentos são reveladas partes de sua história, tanto no presente quanto no passado. O que fica no ar é: o que motiva essa pessoa a cometer esses crimes? Como consegue cometê-los sem deixar vestígios? Qual é a sua ligação com as vítimas? O que acontece com as esposas? Entre outras questões. Mas não pense que tudo sobre o assassino é revelado logo de cara. Só no final sabemos o que realmente aconteceu e não tinha como ser mais surpreendente. Sinceramente, eu gostei muito dessa jogada da história, apesar de cortar um pouco aquele clima de investigar junto que é legal nesses livros.
Uma coisa que me incomodou um pouco, principalmente no começo, foram as passagens de tempo. Livros que ficam pulando datas e me deixam meio perdida com o que aconteceu na história me irritam, porque a cada capítulo eu tenho que me readaptar. E o início teve muito disso, pulando anos, trocando de personagens e me deixando confusa.
O que eu achei bem diferente foi que a história continuou mesmo após a revelação do culpado. Continuamos acompanhando a vida dos personagens durante algum tempo, depois do caso resolvido, o que foi legal. Achei a resolução de tudo brilhante, bem planejada. Por outro lado, o final do livro, para mim, deixou a desejar. Mas, apesar dos altos e baixos, a história foi inquietante e me prendeu bastante. 


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