Título: O Lago Negro #1.
Autora: Juliana Daglio.
Páginas: 368.
Editora: Arwen.
Avaliação: 5/5.
Peguei esse livro emprestado e, apesar de ter ouvido diversos elogios de quem me emprestou, eu não estava muito convencida. Primeiro, porque eu sabia que se tratava de um livro de suspense, um dos meus gêneros favoritos, mas essa capa.... apesar de ser linda... parece muito com um livro de fantasia. E, depois porque apesar de acompanhar a autora nas redes sociais, eu nunca havia lida nada dela, então.... bem, resolvi esperar para conferir antes de sair por aí fazendo elogios, justo, não é mesmo?!
Autora: Juliana Daglio.
Páginas: 368.
Editora: Arwen.
Avaliação: 5/5.
Peguei esse livro emprestado e, apesar de ter ouvido diversos elogios de quem me emprestou, eu não estava muito convencida. Primeiro, porque eu sabia que se tratava de um livro de suspense, um dos meus gêneros favoritos, mas essa capa.... apesar de ser linda... parece muito com um livro de fantasia. E, depois porque apesar de acompanhar a autora nas redes sociais, eu nunca havia lida nada dela, então.... bem, resolvi esperar para conferir antes de sair por aí fazendo elogios, justo, não é mesmo?!
Verônica é uma jovem de 20 anos, ela acabou de passar para a universidade e vai cursar jornalismo, como sempre sonhou. Ela irá morar junto com seu namorado, Enzo, que é um calouro do curso de Letras e pretende aproveitar o ambiente de cidade pequena para começar a escrever o seu livro, pois a faculdade é localizada numa cidadezinha do interior de São Paulo, chamada Lagoana.
"Há algo de errado com meu cérebro. Ele tem tudo para conseguir o que quiser, mas está sempre estacado no mesmo lugar. Ele me faz avaliar demais as pessoas antes de me relacionar com elas; me faz sombria, taciturna, estranha demais para ter amizade com qualquer um."
Ao chegar na universidade, Verônica logo faz uma amiga, Carol, o que lhe surpreende, pois ela nunca se considerou uma pessoa muito sociável. Dona de um visual dark e com um punhado de dificuldades psicológicas, que lhe renderam uma estadia em um hospital psiquiátrico depois que o seu pai faleceu em um acidente de carro, há doze anos, Verônica ainda toma remédios para controlar o seu humor e ansiedade. Ela também estava no carro quando tudo aconteceu, mas foi resgatada à tempo. Entretanto, os últimos doze anos não estão totalmente sólidos em sua memória, há falhas em que ela não sabe exatamente o que vivenciou. Mas, esse é apenas um dos fantasmas que a assombra ocasionalmente. V não é uma pessoa fácil de lidar, é ciumenta, insegura, explosiva e muito curiosa, mas é muito fácil se apegar e identificar com ela, porque é uma personagem muito humana.
Diferente do ambiente festivo e acolhedor da universidade, a cidade de Lagona é escura e sombria. A névoa constantemente presente no ar devido à geografia característica da região parece contaminar seus moradores com o ar fúnebre, que fazem questão de deixar evidente seu desgosto para com os estudantes universitários. Esse tratamento hostil, mantem os alunos dentro dos limites do campus, mas Verônica não consegue ficar presa naquele lugar, ela está determinada a explorar os arredores e quem saber conquistar o afeto de alguns daqueles moradores carrancudos. Assim, ela acaba se tornando babá de uma família muito esquisita, os Caprini. O casal Caprini também enfrenta a antipatia dos habitantes de Lagoana e moram um pouco afastados do centro. Apesar de serem bastante simpáticos com Verônica, ela não consegue impedir de se sentir um tanto quanto incomodada com o ar de mistério e perigo que ecoa daquele casal e da mansão decadente em que vivem. Vindos de uma antiga e importante família da região, Verônica não faz ideia da extensão dos segredos que eles escondem, mas acaba por topar a proposta de tomar conta da pequena Lizandra algumas vezes por semana.
"Era ela... A loucura. Ela é como um desalinho em espiral nos trilhos da sua mente. Quando o trem chega perto das zonas de risco, aqueles espaços se contorcem e retorcem, esgueirando-se dentro do seu cérebro, embrenhando-se no meio da sua carne, como veias enferrujadas intrincadas com as saudáveis. O trem fica desgovernado, acelera em meio a elas, passa por dentro de tudo, rasgando e sangrando.Isso tudo silenciosamente.Ah, o silêncio dos loucos é um trem desgovernado."
É quando começa a escrever o seu livro que tudo acontece, a história se trata de uma fantasia e envolve anjos, vampiros, rituais e um misterioso lago negro. Mas, assustadoramente, realidade e ficção começam a se embaralhar, os personagens parecem sair de dentro das páginas de seu rascunho para assombrá-la e os fatos se repetem sem que ela possa fazer qualquer coisa para evitar. Então, ela começa a se questionar se está perdendo mais uma vez o controle sobre a sua sanidade, quando aparece um rapaz atraente chamado Liam fazendo perguntas sobre os Caprini e sobre o passado de Verônica. Liam é um rapaz charmoso, mas também carrega os seus segredos e só começamos de fato a conhecê-lo quando os dois percebem que podem confiar um no outro, pois só assim irão conseguir entender o que está acontecendo. Já Enzo está com Verônica há mais de oito anos e sempre foi o namorado perfeito. É claro que eles tem seus desentendimentos, mas sempre conseguiam se resolver, entretanto, as coisas não estão funcionando muito bem desde que chegaram à Lagoana. Os dois tem reagidos de maneiras bastante diferentes às novas liberdades e responsabilidades da vida adulta.
"Dizem que o passado é algo que vive dentro de você, por mais esforços que faça para esquecê-lo. Dizem que ele molda seu futuro, que influência suas decisões e que acaba passando a fazer parte de quem você é, não importando o que escolheu fazer com ele.
Gostaria que isso não fosse verdade."
O livro é maravilhoso! Ele é dividido de forma que temos uma parte narrada por Verônica, outra por Liam e ainda capítulos do livro de Verônica. Eu fiquei boba com tudo o que aconteceu e vai ser difícil encontrar uma leitura que o supere (talvez os próximos livros da saga? haha). Devorei ele em menos de vinte e quatro horas! No começo confesso que me senti um tanto quanto perdida e estava achando tudo esquisito demais: a cidade, os personagens, o prólogo, os Caprini, o lago. Tudo era muito estranho, mas ao mesmo tempo cada um desses elementos traziam consigo uma curiosidade e um ar tão misterioso que não me deixaram abandonar a leitura. O enredo é muito bem trabalhado e entrelaçado e muitas vezes me perguntei se tudo o que estava acontecendo era mesmo real ou se havia algo de fantasioso, como a capa me sugerira no início. O final foi muito inesperado para mim e apesar desse volume ter concluído uma "aventura", não esclareceu todos os pontos, que provavelmente serão abordados no decorrer da saga, como as memórias perdidas de V. Estou curiosíssima para entender tudo o que lhe aconteceu. Nesse livro, vemos as coisas ainda muito fragmentadas, mesmo que ela tenha descoberto algumas coisas.
O Lago Negro certamente entrou para as minha lista de livros favoritos e fiquei com vontade de ler não só a sequência da saga, mas todos os outros livros da Juliana Daglio,
"-Assim como somos o que absorvemos do mundo, também odiamos nos outros o que vemos de errado em nós mesmos, professor.- Ele me encarou atônito, parecia ter me notado pela primeira vez."
Personagens do livro |
Resenha da Pri
Nenhum comentário:
Postar um comentário