Autor: Danilo Queiroz
Páginas: 292
Editora: Editora Sinna
Avaliação: 4/5
O Jogo do enganador foi um livro recebido em parceria com a Editora Sinna e é de um gênero que eu adoro, investigação policial. Então, nem preciso dizer o quanto estava animada para realizar a leitura, não é mesmo?!
Daniel é um jornalista na cidade de Ribeirão Preto e está trabalhando na sua maior matéria, que tem como objetivo desmascarar o esquema de corrupção e desvio de dinheiro envolvendo o prefeito da cidade, Luiz Barros. Mas, é claro que as coisas não são tão simples e o livro já começa com uma caçada mortal em busca do jornalista, por parte de alguns capangas enviados pelo prefeito. Porém, o que Daniel não podia imaginar é que há muito mais pessoas envolvidas nessa sujeira, pessoas realmente perigosas.
"— Ninguém nunca disse que o mundo era justo – repreendeu Daniel. — Ele é torpe, impiedoso e injusto, porém não podemos fazer nada para mudar isso, Maxwell."
Quando o delegado Schneider, recém aposentado se torna um alvo, ele percebe que já está envolvido demais para voltar atrás e sua única chance será pegar esses bandidos antes que eles o peguem. Para isso, contará com a ajuda do detetive Max Schneider, filho do falecido delegado. Através de uma jogada ousada e uma boa dose de sorte, eles conseguem sair da mira de seus algazes. Mas, precisam descobrir uma formar de se infiltrar na Mansão do IB e confrontar o homem que, ao que tudo indica, é o verdadeiro vilão da história.
"—Estou cansado de aceitar tudo, de apenas ficar assistindo à vida me amordaçar e cuspir na minha cara dia após dia. O que me diz de sair por aí chutando umas bundas e virando esta droga de cidade de cabeça para baixo?"
Daniel é um homem de 25 anos de idade e se considera um profissional bem sucedido. É muito teimoso e seu compromisso com seu trabalho já lhe rendeu algumas ameças, mas nada que o tenha deixado realmente amedrontado, até agora. Por trabalhar muitas vezes em parceria com a Policia, havia sido nomeado como consultor externo. Cargo atualmente ameaçado pelo novo delegado, Félix, graças a inimizade existente entre os dois homens. Felix é aquele cara irritantemente orgulhoso e teimoso que parece mais empenhado em atrapalhar aqueles de quem não gosta do que realmente fazer o seu trabalho. Já Max é um policial muito competente, mas após a morte de seu pai, ele foi afastado da corporação e tudo o que deseja é se vingar dos assassinos de seu pai. Tanto Daniel quanto Max são personagens bastante carismáticos e é fácil se apegar a eles.
"Que tipo de atrativo havia na morte? Lembrou-se dos lucros do jornal. O sensacionalismo e a desgraça eram como cubos de açúcar para leitores tão ávidos por coisas ruins. Talvez, entre eles, estivesse um psicopata ou uma mente assassina em potencial."
A capa condiz totalmente com o conteúdo do livro e eu não encontrei erros de revisão. O Jogo do Enganador é muito bem escrito e fiquei bastante vidrada no enredo, curiosa com os acontecimentos que estavam se desenrolando e tentando descobrir quem seria o IB. Confesso que não consegui fazer essa descoberta antes dele se revelar. Entretanto, não gostei muito da parte em que os personagens estavam na mansão. Achei os acontecimentos que se desenrolaram ali um pouco forçados e as atitudes dos personagens também não me pareceram muito naturais ou críveis. Mas, talvez elas não fossem mesmo, uma vez que se tratava de um momento de muito tensão e o autor queria mostrar exatamente como as pessoas poderiam agir em uma situação como essa, de extremos. Seja como for, acredito que os personagens criados por Danilo poderiam muito bem voltar em segundo livro para uma nova investigação, se essa for a sua vontade. 😉
"IB parecia uma espécie de ceifador, arrancando o trigo da plantação sem dó, estando maduro ou ainda muito novo. Não ligava, não se importava. Queria apenas assistir a ruína daqueles seres por suas próprias mãos, como um punhado de cinzas esmagado até virar pó, até virar parte do ambiente."
Vão voltar, só não posso dizer quando...
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