Livros *----* A Ponte de Haven

A Ponte de Haven
Autora: Francine Rivers
Páginas: 432
Editora: Verus Editora
Avaliação: 5/5

Esse livro foi mais uma indicação do clube do livro que participo. Eu conheci a escrita da Francine em Amor de Redenção, um livro maravilhoso que também foi uma leitura do clube e inclusive tem resenha aqui no blog. Então, nem preciso dizer o quanto estava ansiosa por esta leitura, certo?!

Tudo começa quando o pastor Zeke Freeman fazia a sua caminhada matinal e encontra um bebê abandonado embaixo da ponte da pequeba cidade de Haven. Mas ele não planejava adota-la, principalmente por causa da saúde frágil de sua esposa, Marianne. Zeke não para muito tempo em casa durante o dia, ele está sempre ocupado com visitas e outras atividades da igreja e sente que Marianne não teria forças para cuidar da menina o dia inteiro sozinha. Até porque os dois já tem Joshua, um menino de 5 anos de idade e há um casal disposto a adota-la. Entretanto, Marianne se apaixona pela pequena e acaba convencendo Zeke a ficarem com ela. 

"Nunca se sabe o que Deus tem em mente até Ele ter terminado."

Então, Abra vive com os Freeman por cinco anos, até que uma tragédia se abate eles. Neste momento, todas aquelas questões voltam a mente de Zeke e ele resolve que a melhor decisão a fazer é entrega-la a Peter e Priscilla, o casal que desejava adota-la desde que ela foi encontrada embaixo da ponte. Porém, a menina não aceita esta decisão e se ela não havia sentido o abandono quando nasceu por ter sido resgatada logo em seguida e estava sendo criada em um lar amoroso. Agora, tudo muda de figura, e ela passa a cultivar dentro de si um sentimento de abandono e inferioridade. Abra não consegue se apegar à sua nova família e sentir o amor que todos nutrem por ela e tudo fica ainda mais complicado quando ela entra na adolescência.

É quando surge um rapaz chamado Dylan e Abra se vê perdidamente apaixonada. Dylan faz o tipo badboy: rico, bonito, galanteador e cheio de más intenções. Intenções estas que nem são tão difíceis de notar, mas Abra acaba se deixando levar e quando ela lhe convida para fugir, ela aceita prontamente. Tão inocente, Abra não poderia imaginar o que a esperava. Seus passos acabam levando-a até Hollywood, mas a vida como uma estrela de cinema também não é exatamente como ela imaginava. Seria possível retornar para casa depois de tudo o que ela já tinha vivido? Para qual casa ela voltaria, a de Zeke ou a Peter e Priscila? Essas possibilidades lhe parece cada dia mais distantes.

-"Deixar ir não é desistir. É confiar que Deus vai fazer o que tiver de ser feito. Lembre-se do que você sabe que é verdade. Deus a ama mais que você. Ele a ama mais do que eu, ou do que Peter e Priscilla, mais do que todos nós juntos. -Ele suspirou. - Às vezes Deus tem que destruir para salvar. Ele tem que ferir para curar."


A escrita da Francine é bastante detalhista e isso torna a leitura um pouco lenta, no início principalmente. Mas logo nos vemos envolvidos nos dramas de Abra e queremos saber qual será o desfecho de suas escolhas. Confesso que não pude evitar o sentimento de raiva pelo pastor Zeke e sua decisão de entregá-la. No fim, tudo acabou se encaixando, mas fiquei pensando em como a vida de Abra poderia ter sido se ele não houvesse lhe entregado ou se  tivesse deixado que Peter e Priscilla a adotasse desde o início. Se teve uma personagem que me cativou facilmente, foi a Mitzi. Que mulher maravilhosa! No inicio cheguei a pensar que ela poderia ser algum tipo de má influência para Abra, pois apesar de não entrar muito em detalhes, Francine dá a entender que Mitzi foi uma mulher da "pá virada" e aprontou muito em sua vida. Mas, muito pelo contrário, tudo o que ela ensinou a Abra serviram como lembretes de que existia um Deus a zelar por ela, mesmo que ela estivesse fugindo d'Ele. 

"-Ainda tenho esperança.
-Agarre-se a ela. Deus não desistiu de Abra, ainda que ela queira desistir dele."

A Ponte de Haven não superou Amor de Redenção, que se consagrou como meu livro favorito da autora até o momento. Mas isso não quer dizer que eu não tenha gostado da história. Pois, também gostei muito do que encontrei aqui. Francine aproveitou para tratar questões como o perdão, ela nos mostra como nós podemos ser nossos maiores juízes. Abra era quem mais julgava a si mesma e ela achava que os outros agiriam da mesma forma ao se depararem com os seus erros. Outra questão que a autora abordou foi a reconciliação, inclusive, foi difícil segurar as lágrimas no final do livro, são muitas emoções. O único ponto que me incomodou no final, foi que eu achei que a Susan também merecia seu desfecho, não concordei com a autora ter deixado o destino desta personagem em aberto. 

O livro lembra muito a historia do filho pródigo, apesar dessa não ter sido exatamente a inspiração da autora, que se baseou em Ezequiel 16. Seja como for, é uma história muito tocante que nos traz vários pontos de reflexão e nos mostra como Deus é misericordioso. 

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