LIvros *----* O Livro Mais Mal Humorado da Bília

Título: O Livro Mais Mal-Humorado da Bíblia
A Acidez da Vida e a Sabedoria do Eclesiastes
Autor: Ed René Kivitz
Páginas: 224
Editora: Mundo Cristão
Avaliação: 2/5

Esse é um livro que eu tinha muita curiosidade de ler, primeiro porque eu gosto do livro de Eclesiastes e depois porque o título dele é muito instigante, um livro mal humorado na bíblia? Isso certamente é inusitado e chama a atenção. Então, quando ele foi indicado no clube do livro, eu fiquei bastante animada para realizar a leitura.

"Você dormirá bem, o sono do justo, quando fizer "tudo para a glória de Deus, seja comer, seja beber ou qualquer outra coisa a fazer", como ensinou Paulo, apóstolo."

René tece diversos comentários sobre o livro de Eclesiastes e ele traz muitos questionamentos pertinentes. Ela fala, por exemplo, sobre como o fato de nós desejarmos tantas coisas, nos torna pessoas insatisfeitas com o que temos e nos leva a uma vida muito atribulada para conquistar esses sonhos e desejos. Mas a vida é tão incerta, que não há garantias de que teremos saúde para aproveitar tudo quando finalmente alcançarmos, por exemplo. Não seria melhor aproveitarmos aquilo que temos hoje?

"Essa sim é uma proposta radical para os nossos dias: competir menos, conquistar menos, e viver mais. Pode parecer um convite à preguiça, mas não é. [...] Tolo é aquele que não se esforça, não trabalha e só consome. Quem se contenta com o que tem é mais sábio do que aquele que vive se consumindo de inveja e desejando o que não tem."
 
E, esse é só um dos temas que ele aborda, René fala ainda sobre tédio, morte, injustiças, sobre religião, dinheiro, luta por sobrevivência, entre outros assuntos. Inclusive, eu marquei diversas citações durante a leitura. Mas, confesso que este não foi um livro que prendeu muito a minha atenção e eu acabei levando muito mais tempo que o normal para terminá-lo, pois eu passava dias inteiros sem me lembrar de lê-lo.

"Deus não tem nenhum problema com esse negócio de pensar, duvidar e questionar, pois sabe que a fé sem arestas é uma fé que se acomodou no confortável, isolou-se em um mundinho cor-de-rosa que inventou para si, é uma fé que já morreu mas ainda não foi enterrada."

Porém o que me deixou mais frustrada com a leitura não foi o fato dela não ter me prendido tanto. Porque é comum eu me sentir desta maneira com este tipo de literatura, que não conta uma história com inicio, meio e fim, como nos romances ou fantasias que tenho o hábito de ler. Na verdade, a principal questão foi que eu não concordei com algumas afirmações do autor e houveram dois pontos específicos que ficaram gravados na minha mente. 

O primeiro foi quando ele falou que devemos ser agnósticos com fé. E, essa afirmação não faz o menor sentido para mim. Recorri ao Google para buscar a definição exata da palavra agnóstico e o que encontrei foi que enquanto os ateus não acreditam em um deus e negam sua existência, os agnósticos afirmam que ele (ou eles) pode ou não existir, mas não são capazes de saber com certeza. Então um agnóstico com fé, seria uma pessoa que pode afirmar com certeza a existência de deus. Eu definitivamente não concordo que devemos ser assim. Creio que Deus nos chama à ter uma vida de intimidade com ele e isso é muito mais do que simplesmente reconhecer a Sua existência, é desenvolver um relacionamento pessoal com Ele. 

 O outro ponto que me incomodou muito foi quando ele falou que devemos olhar a bíblia como uma "referência para peregrinação espiritual". René relativizou a verdade bíblica, ele disse: "Tudo o que está na Bíblia é palavra inspirada por Deus, mas isso não quer dizer que toda a Bíblia é pronunciamento de Deus, que automaticamente receba seu aval." Nessa hora eu quase abandonei a leitura, mas como já estava no finalzinho, decidi finalizá-la. 

Seja como for, o livro não foi de todo ruim, foi possível tirar muitos aprendizados interessantes. Mas não é uma leitura que eu recomendaria. É importante que não tratemos um livro cristão com o mesmo nível de confiabilidade que depositamos na bíblia. Na verdade, a bíblia deve ser o nosso parâmetro de análise e comparação desta literatura. Finalizo esta resenha com a mesma frase que escrevi para finalizar a resenha de Guerreiras de Oração: que sejamos como os cristãos de Beréia que examinavam nas Escrituras tudo o que ouviam. (Atos 17:10-12)

"Então que tal lembrar que a morte é sempre a penúltima palavra? Porque a última palavra é da vida que vai engolir a morte, é a palavra da ressurreição. Escolha viver por causa do poder da ressurreição, por causa do poder de um Deus que "chama à existência as coisas que não são como se já fossem" (Rm 4: 17). Se você disser que sua vida precisa de um milagre para continuar, então escolha viver à espera de um milagre."
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