Autora: Francine Cândido
Páginas: 276
Editora: Amazon
Encontro na Cafeteria é o mais novo livro da nossa autora parceira Francine Cândido. Depois de ler A Mascara do Rei, uma fantasia medieval e A Dama dos Loucos, um suspense histórico, estava super curiosa para conferir sua escrita em uma comédia romântica e não me decepcionei.
Lucas é o que podemos chamar de um jovem privilegiado. Filho de um grande empresário, ele está cursando relações internacionais para assumir o cargo do pai como diretor do negócio. Porém, na verdade, tudo o que ele não queria era ter que assumir a empresa do pai. Lucas não se encontrou no curso e não se sente nem um pouco capacitado a dirigir a empresa. Ainda mais antes de ter terminado a faculdade. Porém, como era de se esperar, o seu pai não gosta nenhum pouco quando ele diz essas palavras em uma reunião com os acionistas da empresa no dia em que ele deveria estar assumindo esta função. E, assim, ele acaba se mudando para a casa do seu secretário e amigo, Carlos.
"O melhor amigo é aquele que abre a porta da geladeira na sua casa, caga e pede papel higiênico abrindo a fresta da porta e zoa de você por qualquer coisa que realmente valha à pena."
O encontro na cafeteria aconteceu um pouco antes disso tudo que eu contei para vocês. Lucas estava caminhando para a faculdade na manhã deste mesmo dia quando se deparou com uma linda jovem abrindo a sua loja de queijos para mais um dia de trabalho. Ele acabou ajudando-a a abrir a loja e quando percebeu estava se candidatando a uma vaga de ajudante. Pouco depois, ele descobre que Sonata estudava na mesma sala que ele no curso de relaçoes internacionais e estava perdidamente apaixonda por Maurílio, outro colega de classe, amigo de Lucas.
Apesar de sua atração por Sonata, Lucas decide ajudá-la a conquistar Maurílio. Mas as coisas não saem exatamente como o planejado e Lucas se vê cada dia mais apaixonado pela jovem. Além disso, ele conhece a índole de Maurilio e sabe que ele acabaria fazendo-a sofrer. Sem falar no fato de que ele deve manter seu emprego escondido do pai, que não mediria esforços para acabar com a lojinha para que ele se concentre no trabalho de diretor da empresa. Como sair dessa sinuca de bico em que se meteu? Encontro na cafeteria é um livro leve e divertido. Fran fala sobre perdão, relacionamentos, auto estima e sobre seguir os seus próprios sonhos.
"Eu a amava, se é que sabia o que isso significava. Se é que não era apenas um louco enganado pela própria carência. Deixado levar pela confiança de que podia ser alguém que valia à pena. Mundos diferentes. O muro denso e intransponível. Me perguntei várias vezes se conseguiria destruí-lo caso Sonata esticasse a mão em minha direção."
Sonata é uma menina maravilhosa, mas muito insegura e ingênua. Ela possui muita dificuldade para dizer "não" para as outras pessoas e muitas vezes acaba deixando que os outros se aproveitem dela. A Rainha dos Queijos foi um sonho de sua mãe, mas ela faz tudo com tanto amor e dedicação, que me parecia que este já tinha se tornado um sonho dela própria também. Nessas horas eu perguntava porque ela estava cursando relações internacionais. Já Lucas tinha plena convicção que estava vivendo a vida que o seu pai queria para ele, ao invés da vida que ele mesmo queria para si. Mas lhe faltava a coragem ou o incentivo necessário para enfrenta-lo.
"No fim, a maioria dos pais interferem em nossa liberdade, seja por uma promessa no leito da morte ou pela cobrança diária em vida. Era tão difícil permitir nossas escolhas e aceitá-las mesmo sabendo que não daria certo? Para eles, falar que tinham mais experiência já lhes dava carta branca para tomar as rédeas."
Foi muito agradável acompanhar o crescimento dos protagonistas, bem como do sentimento que existia entre eles. Não posso deixar de comentar também sobre a figura de Allegro, sempre alegre e zeloso com a sua sobrinha e de Carlos, que se mostrou um amigo fiel, daqueles com quem podemos sempre contar. Se você gosta do gênero, aproveite para garantir logo o seu e-book, que não irá se decepcionar.
"— Sempre achei que o orgulho só vinha dos pais. — brinquei com azedume. Ele balançou a cabeça negativamente.
— O orgulho vem das pessoas que se importam com você, daqueles que valorizam o fato de você tomar decisões por conta. Lembre-se que seu sangue, até o pernilongo tem."
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