Título: Krystallo - Jornadas para Além das Fronteiras
Autor: Raphael Fraemam
Páginas: 390
Editora: Edição Independente
Autor: Raphael Fraemam
Páginas: 390
Editora: Edição Independente
Avaliação: 5/5
Confesso que não estava com muitas expectativas para esta leitura. O que, por um lado, foi muito positivo, pois terminei o livro muito surpresa com o que encontrei.
Tudo começa com um líder ganancioso, que após derrotar o seu inimigo, a Cratia, decide se voltar contra Opus, um aliado durante a guerra. Acontece que Opus capturou o cristal de energia da Cratia e, apesar de Econ já explorar um cristal com as mesmas propriedades, não quer que o vizinho tenha acesso a mesma fonte de poder. Porém, os líderes dos dois países concordam em assinar um acordo para garantir a segurança da população civil e limitar a guerra armada a uma região entre os dois territórios. É assim que o conflito já perdura por um século inteiro.
"Quantas guerras já começaram por conta de um homem estúpido que acredita ter mais poder do que realmente tem?”, Anna se perguntou."
Tomé é um jovem habitante de Econ, que se prepara para prestar o vestibular. Ele não concorda com muitas coisas a respeito do seu país, mas não vê como tudo poderia mudar. Então, em um dia como qualquer outro, ele acaba filmando uma explosão no prédio de inteligência do governo enquanto uma ave saia do mesmo carregando um objetivo negro. Mas, nada disso é relatado para a população e o governo abafa o caso, tratando-o como um ataque terrorista rapidamente controlado. Alguns dias depois, uma garota aparece em sua casa e rouba o telefone celular que ele utilizou para filmar o ocorrido. E, quando ele tenta segui-la, acaba sendo transportado para fora de Econ.
"Ele se sentia num pesadelo, em que havia sido condenado a passar o resto da vida num loop eterno onde o destino lhe permitiria escolher voltar para casa ou a morte certa e ele sempre tomava a decisão errada. A verdade era que Tomé tremia de medo do que seria da sua vida a partir daquele momento, sem ninguém para protegê-lo e nas mãos de um inimigo que mal conhecia."
"Aquela era uma experiência diferente de qualquer coisa que Gray vivenciara em toda sua vida. Ela não sabia dizer se era por conta do ranger da madeira velha no piso do Esmeralda, do friozinho da brisa durante a noite, do balançar do navio ou até mesmo se tinha alguma relação com o forte cheiro daquelas águas salgadas. Mas Gray tinha certeza de uma coisa: o gosto da liberdade nunca tinha sido tão saboroso."
Essa questão da ausência de energia foi algo que me deixou bastante pensativa, apesar de não ser exatamente o tema central do livro. Nossa sociedade certamente sofreria muito se, de repente, não houvesse mais energia. Muitos empregos deixariam de existir, o dinheiro "virtual", que está disponível em nossas contas no banco também deixaria de existir e levaria um bom tempo até que nos readaptássemos a esta condição, é um cenário um tanto quanto perturbador de se imaginar. O autor também aborda diferentes formas de governo. Observamos que Opus e Econ possuem regimes de governo bem diferentes, entretanto, ambos os governos controlam a população através da mídia e da educação para manutenção de certos privilégios para uma minoria.
A narração é dividida entre os pontos de vista de alguns personagens e o ritmo é acelerado. Nossos protagonistas passam por diversas aventuras e a fantasia permeia toda a obra, seja na magia dos Krystallos, ou na presença de seres mágicos, como sereias e hipogrifos. Raphael conduz o enredo com criatividade e equilíbrio, envolvendo facilmente o leitor em sua narração e o deixando curioso a cerca do desenrolar dos fatos. Também posso destacar a presença dos personagens Ricardo e Marian, que foram fundamentais no desenrolar da trama que acontecia na cidade de Econ. E, da Jinan, uma guerreira que nos conquistou com sua força e personalidade. O livro termina bem redondinho mas deixa alguns ganchos para uma sequência, que eu já estou curiosa para conferir.
"Os dois voltaram a se beijar e, por um breve momento, ficou tudo bem. Todos os problemas do mundo eram irrelevantes se comparados com o pequeno espaço que distanciava as suas bocas."
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