Série: The Collector #1
Autor: Dot Hutchison
Páginas: 304
Editora: Planeta
Avaliação: 5/5
Comprei o Jardim das Borboletas em uma promoção da lojinha virtual do Skoob. É um livro de capa dura, a edição está linda e ainda veio com um lindo marcador, sem falar no fato de que é um gênero que eu adoro. Resumindo: foi uma ótima aquisição!
O mais curioso é que o livro começa pelo fim. A polícia acabou de resgatar um grupo de garotas com idades entre 16 e 20 anos, que haviam sido sequestradas por um homem conhecido como Jardineiro, e tenta entender um pouco a respeito desta história entrevistando uma jovem chamada Maya. Maya estava no jardim há dois anos e acabou se tornando uma referência para as outras garotas, pois quando estava no cativeiro, ela fazia questão de estar ao lado das recém chegadas. Haveria ela se tornado uma espécie de cúmplice do Jardineiro? O que será que ela está escondendo da polícia?
"-Gosta de borboletas?[...] -São bonitas.-Sim, mas como a maioria das criaturas belas, têm vida muito curta."
O Jardim das Borboletas é livro intenso e perturbador, Dot não nos poupa dos detalhes, ela descreve toda a rotina das garotas no cativeiro, incluindo os abusos sofridos, as tentativas de suicídios, o relacionamento das garotas entre si e também com seu algoz. Após o sequestro, o Jardineiro começa uma elaborada tatuagem nas costas de suas prisioneiras. Ao finalizá-la, elas ganham um novo nome e também são estupradas pela primeira vez. A partir deste momento, elas se tornam uma borboleta em seu Jardim. Até completarem 21 anos, quando têm suas vidas interrompidas, idade em que o Jardineiro acredita ser o auge da beleza feminina. O Jardineiro é um homem aparentemente comum, rico, bonito, casado, pai de dois filhos. Não há como dizer, olhando para ele, sobre sua mente doente e cruel, que acredita amar suas borboletas.
"-É a vida, certo?-Não - diz Victor baixinho. - Não é. Ou, pelo menos não deveria ser.-Mas essas são coisas distintas. Ser e não dever são coisas completamente diferentes."
Há uma expectativa diferente nesta leitura, pois já sabemos que Maya escapou. Entretanto há um sentimento de curiosidade para entender como tudo aconteceu e uma expectativa de vingança, de que os criminosos encontrem um fim apropriado. Então com o decorrer da leitura, começamos a conhecer outras personagens e nos vemos torcendo para que essas garotas também tenham sobrevivido. Porém, Maya nos mostra que o fato de ter escapado não é exatamente o "grand finale" para estas garotas, haverá ainda um longo caminho para deixar tudo isto para trás, e, talvez algumas nunca consigam fazer isso.
"Algumas pessoas desabam e nunca mais levantam. Outras recolhem os próprios cacos e os colam com partes afiadas viradas para fora."
Apesar de tudo houveram algumas coisas que me incomodaram na leitura, eu achei o final um pouco confuso, depois de um desenvolvimento tão detalhado, a última explicação me pareceu um tanto atropelada. E também, achei a personagem principal culta demais, considerando seu passado e história, achei estranho uma pessoa com uma educação tão defasada, gostar tanto de ler livros clássicos. Porém, acabei deixando esses detalhes de lado, face a grandiosidade da obra.
"Meus segredos são velhos amigos. Eu me sentiria uma péssima amiga se os abandonasse agora."
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