Título: Céu, Azul Céu
Autora: Cândido
Páginas: 107
Editora: Amazon
Avaliação: 5/5
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Estou sentindo que o romance vai ser o gênero da quarentena. Tenho percebido que nos momento mais estressantes da minha vida esse é o gênero que eu procuro para ler. E você? Também tem um gênero preferido para cada momento da vida? Céu, Azul Céu foi publicado na Amazon pela Francine, nossa autora parceira, no natal do ano passado e eu estou com o livro no Kindle desde então. Mas nesta época eu estava bem enrolada com TCC e acabei não fazendo a leitura.
Clara é uma jovem de vinte oito anos que perdeu a visão para o glaucoma. E, esta nova condição muda a sua vida por completo. Ela que era uma mulher independente, deixou a cidadezinha em que nasceu para cursar a faculdade de letras e conquistou o seu lugar no mundo, se vê perdida e dependente outra vez, tendo que reaprender a fazer as coisas mais simples da vida, como andar. Por isso, ela acaba tendo de voltar à casa de seus avós, Dona Genair e seu Osvaldo, na pequena cidade Garopaba.
"O melhor das crianças era que algumas palavras tão difíceis para os adultos, eram simples, sem peso. Estavam ali, fora do dicionário e era apenas isso. Não existia uma mulher cega, mas apenas uma mulher. E pela primeira vez desde que foi atingida pela glaucoma, Clara sentiu que podia ser quem quisesse."
Retornar à sua cidade natal lhe traz uma sensação de retrocesso e frustração. Ela não sabe ao certo como perceber o mundo sem a visão. Ela assumiu como verdade para si mesma que todos irão sentir pena dela, a garota que achou que poderia ter uma vida bem sucedida, e ao mesmo tempo em que odeia esta ideia, não consegue acreditar que alguém possa ter uma perspectiva diferente ao seu respeito. Porém, ao chegar em Garopaba ela encontra os seus velhos amigos, George, Enzo e Bravo, pessoas que ela deixou para trás em busca de seus sonhos, mas que ainda torcem por sua felicidade e estão dispostas a ajudá-la neste momento de redescobrimentos, se ela deixar.
"A imagem gravada para sempre mostrava como as luzes dos postes caiam sobre os seus ombros, iluminando o tom de seus cabelos, deixando as sombras deles tão próximas. Mostrava a escuridão do mar ao fim da rua e como a espuma das ondas delineava linhas brancas em contraste. Não podia transmitir o som do coração dos dois, mas destacava eles, como duas estrelas cadentes que caíram no mesmo barco."
Eu amei esta leitura, a Francine me encantou com sua escrita tão delicada e sensível, seja ao tratar os sentimentos dos personagens ou ao descrever uma cena. É maravilhoso acompanhar a carreira dela e observar e o tanto que ela têm evoluído como escritora. Céu, Azul Céu é um livro lindo, não só pela sua história de amor e superação mas pela forma como seu enredo foi escrito e conduzido. Eu amei cada frase e espero que muitas pessoas possam lê-lo e se apaixonar pela maneira como Clara redescobriu a sua vida, como ela aprendeu a perceber o mundo outra vez, vencendo o medo pelo desconhecido, se deixando amar e ser amada e se permitindo viver. O clima natalino está presente como plano de fundo e contribui ao trazer um pouco de sua magia para a trama, apesar de não ter grande destaque na história. Recomendo a leitura!
"No vento úmido e quente, salpicando o rosto de Clara, ela tentava em sua mente dar a desculpa perfeita para tantas despedidas. As que foram e as que viriam, como uma criança procurando entender quando os mortos viravam estrelas."
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